quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Pensamentos sobre a Paz

Depois do ano novo ter entrado, muitos apupos políticos e muitas aclamações ao dia mundial da paz aconteceram.

Contudo, a minha reflexão de hoje é sobre a Paz, deixemos os apupos para outra altura.

No outro dia em conversa com uma amiga sobre a Paz, um tema tão complexo, até nos rimos! Quem é que está preocupado com a Paz? Nós! Mas todos pensam que é uma utopia! Então foi assim que surgiu a ideia de escrever estas ideias e assim reunimos energia e pusemos as mãos à obra.

Como trabalhadoras das áreas das ciências humanas, contactamos diariamente em ambientes onde há muitas pessoas, o que nos conduz em termos mais profundos a procurar respostas a muitas perguntas:
- Porque é que as pessoas agem assim umas com as outras?
- Porque é que as pessoas não se dão bem umas com as outras?
- Porque é que as pessoas se relacionam e comportam assim?
… Os porquês não tinham fim!

Já todos ouvimos dizer que o trabalho de mudar o mundo começa em nós mesmos, mas parece que estamos pouco importados com isto. Mas mundialmente é confortante saber que são várias as entidades como a Organização das Nações Unidas, por exemplo, que trabalham para a paz no mundo. 

Mas o que falta para a paz conseguir tocar os nossos corações? O que falta?
Falta pensar. Falta reflectir. 

Mas deve estar a perguntar-se “Mas para quê?” 
Porque são todos interessados, e a nossa atitude tem efeitos na humanidade. Quando escolhemos o caminho dos conflitos e da guerra, não chegamos à Paz.

Deveria haver algo que fizesse com que as nossas ideias, relacionamentos, realidades políticas, económicas e sociais conduzissem à luta do orgulho, sofrimento, raiva, ira, fome e gerasse pessoas mais calmas, conscientes,  compreensivas, flexíveis e mais ouvintes.

Não admira, quando somos atacados temos o direito a nos defendermos. Devemos claramente fazê-lo. Mas como? Se escolhermos atacar os “maus” com a força, pensando que eliminando os que fazem o mal, eliminamos o mal, virá a desilusão. Isso pode remediar a “causa” mas não os males dos próprios humanos.

Independentemente das religiões que existem no mundo e das crenças de cada um, ao escolhermos o caminho da guerra não se chega à serenidade uns com os outros.
Mas sejamos realistas, em termos humanos a paz é praticamente impossível. 

Mas se todos tivéssemos como objectivo comum contribuir para uma nova ERA na civilização humana seria meio caminho andado para que todos pudéssemos viver da melhor maneira possível.

Ainda não somos mães, mas acontecimentos polémicos que vimos diariamente na televisão em que crianças são sujeitas à violência, umas violadas, outras mortas dentro de electrodomésticos, deixam-nos apreensivas. Mais recentemente, um homem morreu electrocutado por roubo de cobre. Para nem falar na quantidade de armamento que é feito diariamente. 

Mais de perto, é impossível contermos-nos: O acesso à saúde na doença em Portugal é cada vez mais precário. Indo mais longe, além das guerras que ficaram na história, cada uma de nós como outros tantos que acompanharam acontecimentos como o 11 de Setembro e o 11 de Março de 2004. Que cultura, que sociedade estamos a formar!?

Pois é, é bom falar, e escrever ainda melhor. Mas não chega. É preciso trabalhar, defender e promover aquilo em que acreditamos. Todos ganhamos. Mas estamos mais importados em reunir muitos canudos que formar pessoas humanas. Por isso, entendemos que o estudo alargado sobre religião, filosofia psicologia e outras ciências humanas e o desenvolvimento pessoal deveria fazer parte dos programas educacionais.

Ao nascermos em sociedade e convivermos com o outro, nem tudo pode ser só à nossa maneira. Por vezes as guerras nas nossas vidas começam em nós mesmos, através dos nossos pensamentos. Não somos ensinados a colocar de parte o desejo tão humano de pagar o mal com o mal. Assim, é preciso termos coragem e olharmos para nós mesmos como seres imperfeitos e perdoarmos-nos insistentemente. Sempre que somos ofendidos e não reagimos do mesmo modo, libertamos o mundo de um mal imenso. Não há outra maneira de melhorarmos os nossos relacionamentos, pois vamos precisar sempre uns dos outros.

Então trabalhemos a nível pessoal em criar laços de amizade agora e aqui mesmo neste momento de leitura:
- Escute os outros, evite queixas e críticas. Faça antes sugestões e dê ideias novas;
- Comporte-se calmamente e seja gentil, evite dar “ordens” desnecessárias. Ajudar os outros a alcançar o seu potencial, permitindo-lhes tomar as suas próprias decisões;
- Dê valor às opiniões dos outros. Deixar de ter “razão” em todas as discussões e situações. Tentar eliminar alguma pressão que colocamos nas pessoas à nossa volta.


Actualmente emergiram os terapeutas do riso. De facto está provado que o riso reduz a tensão, portanto não subestime o humor. Ria e conte aventuras das peripécias que passou, pois isso ajuda a superar a dor e a construir relacionamentos mais flexíveis. 

A nível pessoal outro dos passos práticos que se pode adoptar é entender que a luta é contra o mal e não contra quem faz o mal. Não podemos mudar os outros, mas podemos mudar-nos a nós próprios. Aproveitem, o tempo é um luxo e porque não permitir que sejamos um instrumento da paz uns com os outros?
- DISTENDA O CORAÇÃO: ESCUTE OS OUTROS PARA QUE ESTES SE SINTAM COMPREENDIDOS.
- RESPEITEM A DIGNIDADE E AS ESCOLHAS DE CADA UM.
- ODIEMOS O MAL E NÃO A PESSOA.
- PERDOE! E PROSSIGA A SUA VIDA.




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