Quando eu era pequena, mães, pais,
professores, avós, tios, vizinhos, eram autoridades dignas de respeito e
consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais respeitáveis se
tornavam. Inimaginável responder de forma mal-educada aos mais velhos,
professores ou autoridades, isto tornava-se sinónimo de um bom puxão de
orelhas… Confiávamos nos adultos, ouvíamos os seus conselhos e respeitávamos as
suas vontades… Tínhamos medo do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… mas
hoje já não se passa isso!
Hoje em dia, dá-nos uma tristeza enorme,
tudo aquilo que se perdeu… os ensinamentos dos nossos avós, o respeito pelos mais
velhos, o valor da palavra “verdade”.
Actualmente, vivemos num mundo de
mentira, onde a palavra já não vale. Vivemos a total perda dos VALORES de
outrora. Assistimos ao descalabro: direitos para os criminosos (quanto mais
ricos, mais direitos), deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar
vantagem desleal em tudo, é ser idiota, pagar dívidas em dia, é ser tonto.
Amnistia para criminosos. O arrastar vergonhoso de casos judiciais, só porque o
principal suspeito é influente no meio.
O que aconteceu às pessoas? Onde estão
os valores? O respeito? O que havemos de dizer de: professores maltratados por
alunos, comerciantes ameaçados por bandidos, a necessidade de grades nas
janelas e trancas nas portas? Que valores são esses? Não se entende!
Crianças do infantário com telemóveis e
acessos ilimitados a redes sociais. Serão estes valores que queremos passar aos
nossos filhos? Como se poderá chamar ao facto de, muitos filhos olham para os
pais e verem um estranho. É necessário convívio na família, não em quantidade
mas em qualidade! Actualmente deparamo-nos com o “mais vale parecer do que
ser”. Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo?
Quero
ter de volta um mundo de valores, simples, comum e verdadeiro, onde se dá real
valor ao ser humano. Onde existe amor, fraternidade, solidariedade, verdade e
confiança como base, não a mentira, o ódio e a desconfiança.
Não
é utopia… Basta tentar e tem de começar por cada um de nós!
Autor anónimo & Andreia Pinho, Assistente Social