terça-feira, 29 de abril de 2014

Dinâmicas


Estas seguintes actividades foram preparadas por mim. São inspiradas em alguns livros que li. Dos meus anotamentos recolhidos, organizei as ideias e transformei-os em actividades que possam ser aplicadas em adultos e adolescentes, desde que estes o queiram, claro...
Penso que são actividades fáceis de realizar e são económicas porque só precisamos de caneta e papel (nos tempos que correm isso é muito importante) e ainda podemos desenvolver outra parte de nós!
Divirtam-se!


Atividade n.º1 – A Fé

Preconceitos: “Não sei bem o que é a fé”
“Mas o que será isto da fé?”

Material necessário: Post-its e caneta

Objetivo: Cada pessoa vai escrever num post-it o seu nome e o que é para si a fé. Seguidamente cola a sua descrição de fé no quadro para que todos possam formar uma “nuvem de fé”
“Para mim (nome) a fé é (exemplo: acreditar; ter esperança que vai acontecer o melhor).”
No final alguém lê em voz alta o que as pessoas escreveram.
Reflexão: Existem quantas definições de fé, quantas pessoas existem! Quando uma pessoa tem fé, por incrível que pareça os caminhos, por mais impossíveis que pareçam, se abrem.
Ore e acredite. A fé não inclui medo nem descrença. Porém, temos de saber e conhecer quais são os bens universais pelos quais devemos ter fé:
Exemplo de alguns:
- Força de vontade; amor; bondade; alegria; paz; felicidade; tolerância; calma; sucesso; força interior; sabedoria; memória; inteligência; saúde e por aí fora.
Por vezes existem conflitos entre o que uma pessoa pede e o que a pessoa quer, então devemos entregar a solução nas mãos de Deus, pois se ele nos atende, ele nos leva à decisão certa. Por exemplo: suponhamos que o seu marido deseja mudar-se para o Brasil e você quer ficar em Portugal. Neste caso peça para que Deus os conduza à decisão certa. A resposta virá. Na hora exata. Isto é um exemplo de fé.
Outros exemplos de fé: “Se acredita que um ovo fica cozido depois de colocado numa panela com água a ferver”, isto é ter fé; “Se quer manteiga derretida tem de a colocar perto de calor para derreter”, isto é ter fé; “Se beber água, mato a sede”, isto é ter fé.



Atividade n.º2 – Sabedoria

Preconceitos: “Eu não sei como agir”
“Não consigo lidar com esta situação”

Material necessário: Papel e caneta

Objetivo: Cada pessoa vai escrever num papel este esquema: de um lado o problema (-) e do outro a solução (+) e divide com uma linha ao meio para separar as águas.

Problema (-)

Solução (+)
Exemplo: “Estou triste com ….”
Exemplo: “Vou correr, passear um pouco… porque… correr faz-me feliz”
… tem um problema de saúde…
Tenho de ir visitá-la mais vezes, porque me sinto útil


Preencha o seu esquema, se tiver dificuldades em encontrar soluções, peça opinião a alguém, nem que seja a um desconhecido e pergunte-lhe “Como é que tu farias para encontrar uma solução para este problema?”. Não se esqueça de agradecer a essa pessoa. 

Reflexão: por vezes focamos tanto o problema que não conseguimos ver soluções. E a solução por vezes até pode ser apenas “esperar”.
Este exercício ajuda focarmos-nos nas soluções, pois pensamentos positivos atraem pensamentos positivos. “Semelhante atrai semelhante”. A sabedoria está dentro de si. A sabedoria diz-nos o que fazer e como fazê-lo. A sabedoria traz-nos paz de espírito. Por vezes andamos desmotivados, desanimados então temos de “trocar de pensamentos”. Inicialmente pode ser difícil, mas se for treinando torna-se um hábito.
Todas as pessoas querem amar e ser amadas; apreciar e ser apreciadas e toda a gente quer viver os seus sonhos. 

Atividade n.º3 – Oração

Preconceitos: “Não sei rezar”
“Não sei como pedir”

Material necessário: Papel e caneta

Objetivo: Escolha uma pessoa por quem fazer uma oração de cura durante 3 dias (ou mais se quiser). Se conhecer alguém doente e a precisar de ser curado, escolha essa pessoa. Se não conhecer ninguém peça à sua família uma opinião de alguém que precise.
Escreva num papel o nome da pessoa que escolheu e a razão pela qual crê que ela necessita da luz de Deus. Faça uma letra bonita e escreva de forma legível e clara, como se estivesse a escrever algo sagrado, porque está mesmo.
As pessoas que se sentirem à vontade são convidadas a partilhar ao grupo a sua oração. De pé, de modo a que se ouça a sua intenção, a pessoa deve dizer em voz alta o nome e as razões pela qual a escolheu. Fale como se Deus o estivesse a ouvir.
Reflexão: Por vezes pensamos erradamente que não sabemos orar, ou seja não sabemos o que pedir. Para se rezar bem, temos de rezar com o coração. Há quem peça em oração por si, pelos outros, pelo mundo, pela paz, para perdoar quem nos ofendeu, e ainda há os que rezam sem saber porquê. Mas orar é a fórmula do milagre. Mas mesmo assim, algumas pessoas oram pouco, oram apenas uma vez por dia e passam o resto do tempo a queixar-se e assim a oração demora muito mais tempo até ser atendida. Por isso, escolha pensamentos felizes.

Atividade n.º4 – Gratidão

Preconceitos: “Não tenho nada de bom”; “Não sei demonstrar os meus sentimentos”

Material necessário: Papel e caneta

Objetivo: Este exercício requer reflexão e tempo para escrever. Depois disso a parte divertida pode começar.
Faça uma lista de todas as experiências amáveis de que se consiga lembrar. Por exemplo: “sorri e sê feliz”; “Deus ama-te e eu também”; “Tem um bom dia”; “Obrigada por seres como és”. Tente escrever, pelo menos, entre dez a vinte frases que saiba que Deus gostaria de saber.
A segunda parte deste exercício é escrever estas frases em cartão colorido para serem transportadas na sua carteira ou no seu bolso para estarem sempre à mão. Agora estamos prontos para as entregar.

Reflexão: Distribua estas frases de gratidão sempre que quiser. Se a pessoa que está na caixa de supermercado for prestável ou precisar de um abraço dê-lhe uma frase e veja as pessoas sorrirem. Não se limite a saber. Passe à prática.
A gratidão faz toda a diferença na nossa vida. As atitudes de gratidão fazem-nos sentir reconfortados e queridos. O mundo precisa de pessoas gratas. Todos sabemos que isto é verdade, mas como sabemos compreendemos que não é suficiente sabermos que é verdade, temos de demonstrar que isto é verdade! Divirta-se!


segunda-feira, 14 de abril de 2014

Chernobyl - reportagem de Mário Augusto, Jornalista

O lugar cinzento onde nasce o Verão Azul

O lugar cinzento onde nasce o Verão AzulEste é um relato de viagem, não a simples reportagem de um lugar. Sem pressa, faço-vos o filme do que vivenciei no contacto com as crianças de Ivankiv e na visita a um lugar onde a morte é lenta e invisível: toda a região proibida em redor de Chernobyl, cidade ucraniana cuja central nuclear explodiu em Abril de 1986. Deixo-vos com o relato, em duas partes, do que me ficou no olhar da memória.
Imagens e afectos esmagados por uma dura realidade. Olhos bonitos ainda expressivos, crianças fintadas pelo destino que contam os dias que faltam para chegar ao sol. Dei comigo a pensar que o mundo é pequeno, a vida é dura e faz de nós o que quer. Por vezes são outros, até desconhecidos distantes, que trocam as voltas e lhe dão sentido ou oportunidades.
O Verão Azul é isso mesmo, um bocadinho de céu limpo e com horizonte. Visitar Chernobyl, conhecer as condições de vida de muitas das crianças apoiadas por este projecto solidário, foi uma experiência para a vida que se define numa única frase roubada da obra de Milan Kundera. O que vi e senti é a insustentável leveza do ser.
As imagens que registei na memória são emoções, gritos gravados a traço fino em notas de viagem.
Durante quatro dias, num Novembro frio, ainda temperado por lá na Ucrânia (a temperatura ronda os cinco graus durante o dia), os técnicos que organizaram esta viagem voltaram a fazer o percurso de reencontro com o projecto Verão Azul. Era preciso perceber como estão as crianças que já fazem parte do plano de férias das famílias portuguesas que as acolhem. Mas esta equipa tinha ainda outra missão: conhecer e sinalizar mais umas quantas crianças, de forma a tornar o projecto mais abrangente de afectos e, acima de tudo, de esperança para essas crianças.
Eu fui viajante silencioso mas de olhar atento, espantado. Sem compromisso, viajei só para ver e conhecer essa dura realidade, as privações. Percebi que os olhos podem gritar em silêncio, jubilar de alegria, ou mesmo gelar quem passa distraído ao lado. É essa viagem que vos proponho. Pude caminhar silencioso, às vezes arrepiado, preso pela estranheza do lugar, percorrendo as terras abandonadas e tóxicas.
Começo pelas crianças porque é delas que guardo os grandes planos dos afectos. De tudo senti nuns olhares breves que cruzámos.
Eu vi. Eu vi o abraço da Vitória e este sorriso que uma foto guarda e fixa. Foi um abraço sentido que tinha a partilha e a emoção de reencontro. Foram uns segundos apenas, mas valeram por semanas ou meses de distância.
Conheci-a no Verão passado, aqui em Portugal. A Vitória e mais de uma dezena de crianças vêm há seis anos para Portugal por um mês de férias. São crianças das zonas pobres e de risco, as que vivem ali coladinhas aos terrenos perigosos e contaminados de Chernobyl, nas aldeias que ficam em redor de Ivankiv. Crianças que passam um mês de sol e praia no aconchego das famílias portuguesas que as recebem. É um mês de férias mas não só, são dias bronzeados de amizade e carinho, com uma sombrinha de Paraíso.
Dizem-me, e está comprovado, que ganham anos de vida. Assim talvez possam resistir melhor à palidez do seu país de contrastes e à pobreza extrema conformada. Percebi nesta visita aos lugares onde elas crescem e talvez brinquem, o que distingue o ser pobre do viver na miséria: pode ser-se pobre e tratar bem do que o dinheiro não compra, a dignidade e o asseio, ou viver derrotado nesse combate desigual e miserável na desistência encharcada em vodka.
A aldeia da Vitória tem um ar pesado; respira-se porque não há outro. O céu pousa, cinzento, sem pedir, numa pressão que desce até às cabeças, nos faz curvar o ânimo e quase nos esmaga. Por aqui já se habituaram. Pudera - não têm outro. O Inverno encurta o dia até onde pode. Às quatro da tarde é noite fechada e fria.
Andei uns quilómetros mais à frente, tudo existe numa morte lenta, desde logo a esperança. Chegámos no Outono já frio, mas a experimentar o que aí vem de Inverno, em que as temperaturas podem chegar aos 20 graus negativos. Começa por um branco imaculado, transforma-se num lamaçal escurecido com o degelo lento e deprimente de quatro meses. Não imagino o que será viver assim. Até poderia falar-lhes de fado, da malfadada vida que lhes deram, mas não foram eles a pedir uma central nuclear ali mesmo ao lado da porta, atravessando o quintal. Os invernos duros e gelados só são bons quando podemos imaginar uma Primavera verde e florida. Ali não.
Não fosse aquele veneno radioactivo quase invisível e pegajoso, sempre pousado que nem uma neblina matinal que se estende em extensas e planas terras de bosques e lagos, esta região seria - poderia ser - o celeiro de uma Europa sempre necessitada. Mas não, Chernobyl é nome que assusta e que há-de assustar, sei lá até quando. É preciso andar muito, mais de uma hora de carro, para deixar de sentir tão pesada herança. Só quase a chegar a Kiev é que se pressente o cosmopolita cheiro da cidade grande, da capital. Mas é aí que a indiferença dos contrastes mais dói. Senti-me na quinta avenida de Nova York, as 'grifes' de preço proibitivo estão lá todas: Chanel, Prada, Louis Vuitton, todas alinhadas e mais algumas a arrepiar de exagero, tal como o parque automóvel, dos mais caros que já vi.
Não foi preciso muito, bastou andarmos poucas dezenas de quilómetros e o país não é o mesmo, essas contradições são gritantes, chegam a revoltar pela exuberância das lojas, dos carros, pela opulência que o dinheiro compra sem contemplações nem respeito pela dignidade dos que nada têm. Na capital toda a gente corre para não parar, tropeçando nessa ideia de pobreza que está ali, paredes-meias.
Ivankiv
Ivankiv é uma cidade que fica a 70 kms da capital. É difícil acreditar que se lhe dê essa designação, demasiado pomposa para o lugar.
Há uma feira a céu aberto (não consegui sequer imaginar como funcionará no pico do Inverno, sempre rigoroso e branco). Há um mercado de lojas com bancas corridas de carne desprotegida. Vi um cão parado, cego de um olho, que farejava qualquer apara que lhe dessem ou que caísse da mesa do talhante. Uma cabeça de porco pendurada parecia sorrir, não percebi bem de quê. Há também peixeiras, que vendem peixe vivo de rio, quiçá contaminado. Mas o que não mata engorda, ou só mata devagarinho, sem que se sinta ou se veja.
Neste registo espantado dos ambientes, saltou-me à vista um casal idoso. Ela tinha apenas uma garrafa para vender e uns saquinhos de não sei bem o quê. Mais um molho de salsa e um fruto grande que parecia abóbora. Nada mais. Ele, ao lado, talvez marido ou só vizinho de venda, tinha nove peixes para quem quisesse. Era ele certamente que os pescava antes de ir para o mercado. Todos vivinhos ainda, a mexer, enquanto se 'afogavam' no ar. Na mesa estavam uns frascos de conserva com um liquido pastoso e esbranquiçado. Não quis saber o que era.
Em redor de Ivankiv há muita terra que não se pode arar, pelo menos oficialmente. Aqui e ali, uma casa que cai aos pedaços, outras mesmo abandonadas. E chamam a isto aldeias.
Naquelas onde entrei, nem todas tinham portas: apenas cortinas separavam as divisões. De luxos só detectei televisores, mas vi de tudo: casa pobre e asseada, pequeno apartamento a transbordar de lixo e roupa suja em que se tropeçava ao entrar, num desleixo que impressionava, de um casal jovem com três filhos ainda pequenos de dois pais diferentes. Entrei em alguns, mas a correr, por não aguentar ficar; era um cheiro estranho que pairava e parecia circular em câmara lenta, de tão nauseabundo, que se entranhava no ar daquele aquecimento doentio e permanente das casas húmidas.
As famílias numerosas, as que têm mais de três filhos, recebem um magro subsídio do Estado. Os números oficiais dizem que nesta província são mais de dez mil essas famílias, vivendo muitas delas no limiar da pobreza extrema. Mesmo assim, encontrámos na mais numerosa prole a alegria estampada em caras pequeninas e sorridentes. Dez filhos - doze bocas em casa para alimentar. Quando chegámos, estavam todos em grande e divertida algazarra no quintal.
Faço, mentalmente, um grande plano de Angelina: é jolie, é vivaça de olhos grandes, pele mais branca no contraste da camisola vermelha. Esta cara pode simbolizar o que de bom o projecto Verão Azul guarda de esperança. Por uma criança que fosse, já valeria a pena, mas já há muitas que transformaram um mês de vida por cá em anos ganhos por lá. Ali, eu senti ao olhar para Angelina a vida e aquele reforço quente que desce da alma ao peito, confirmando que vale sempre a pena fazer alguma coisa por alguém.
Quando damos, não estamos só a entregar algo; estamos também a emprestar o que um dia pode ser de novo distribuído, forte e grande como uma semente que, por bem entregue, pode fazer a sementeira de um descampado árido de afectos. A equipa que segue de perto estes casos continua cuidadosa e dedicada a semear, e eu vi como isso se pode fazer com o coração num olhar humedecido pela surpresa de cada história de vidas ainda pequenas.
Os irmãos da Angelina, este ano, vêm a Portugal pela primeira vez. Ela vai ter que esperar, ainda não tem a idade mínima dos seis anos para aderir ao projecto.
A Vitória atinge este ano a idade-limite para poder usufruir do Verão Azul. A Katrina cresceu a olhos vistos, ano a ano, e fala em português com orgulho da sua família da Maia.
Só doeu ver uma outra menina, também Vitória, mas só de nome. Tem 13 anos. Sem a conhecer, sentia-a derrotada. O olhar era pálido, escassas palavras envergonhadas num português que aprendeu a correr nos verões passados. Reparei que poucas vezes olhava nos olhos tristes e submissos. Cruzava os dedos na concha das mãos como quem agacha o sofrimento. Talvez vergonha pela família que nos mostrava.
Só a vi sorrir por momentos depois das despedidas. Veio a correr até à rua como quem espera boleia imaginária. Vitória sorriu, breve e a custo, apenas para dizer:
- O Paulo está bem? Manda cumprimentos, pediu, referindo-se à família de acolhimento que a recebe há seis anos em Portugal.
Todos os meninos que visitámos e mais alguns - talvez uns 20 -, em 2014 vão pintar de azul o Verão. Vi uma equipa com atitude, mobilizada e atenta ao chegar a escada da oportunidade, fornecendo as tintas da esperança, mesmo que um ano depois seja preciso retocar ou pintar tudo de novo. Afinal, o que é a vida que não um colorido mural sempre inacabado?
O acidente de Chernobyl foi ali mesmo ao lado. Aquelas crianças nasceram ali. Segui viagem porque o pior cenário estava ainda por sentir.
Esta reportagem teve o apoio da Liberty Seguros

Tempo, energia e amor são bens preciosos de mais! - Pensamentos

Tempo, energia e amor são bens preciosos de mais que não podem ser gastos de qualquer maneira.

É bom reflectirmos sobre isto, embora o mundo de hoje seja de tremendas correrias, de vez em quando faz bem pararmos um pouco e pensarmos em nós mesmos. 

Na maioria do tempo que passamos ocupados como por exemplo a falar, trabalhar, escutar, observar, andar, etc já pensou em passar isto tudo pelas três peneiras? 

Sim, as três peneiras são estas: 

Isto é verdade? Isto é bom? Isto é útil?

Pense nisto e nas suas respostas e mãos à obra. Se passar nas três peneiras conte/faça! Caso contrário esqueça ou pense numa estratégia que seja verdade, boa e útil para si.

E como dizia um comentador da RFM "Vale a pena pensar nisto!"




fonte de imagem jefferson.santana.zip.net

Em situação de crise de quem é a responsabilidade de cuidar dos idosos? - Serviço Social

Como sabemos é ao assistente social que cabe realizar o diagnóstico ou avaliações para se desenvolver o plano de cuidados adequado a cada pessoa idosa, incluindo as necessidades, recursos da família e da comunidade, bem como os serviços existentes para dar resposta ao que é solicitado.

A intervenção com o idoso e a sua família em situação de crise é realizada através da comunicação quer internamente na instituição ou no exterior-domicílio. Ao Assistente Social cabe identificar, nesta etapa, para um correto encaminhamento as áreas problemáticas a tratar, tais como, cuidados de saúde necessários; funcionamento cognitivo; necessidades próprias da demência; saúde mental e psicológica, entre outras necessidades,

Em todo o mundo, uma pessoa idosa pode ter de sair da sua casa e mudar-se para um lar de idosos ou centro de dia. É nesta mudança de vida que muitas vezes se têm que rever questões financeiras, jurídicas e médicas para se realizar um encaminhamento adequado e um acompanhamento específico.

Nos casos em que acontecem alterações no estado de saúde dos idosos, pode acontecer que estes hesitem e neguem a mudança quer seja nos casos em que existe a possibilidade de ficarem com a família ou mesmo ficarem numa instituição. 

Além disso, após início de uma doença de demência, o idoso pode muitas vezes não estar em condições de sequer se conseguir movimentar. Isto cria um dilema para o idoso e para a família, pois implica uma reorganização da rede de apoio que lhe permitirá beneficiar quer de um apoio informal e (conhecido – a família) ou mudança para beneficiar de um apoio formal (comunidade desconhecida – a instituição).

Nesta fase, a capacitação das pessoas é efetuada no sentido de verificar as possibilidades do idoso se manter o máximo independente possível para continuar no seu meio e na sua própria casa. É desta maneira que vamos manter “viva” a pertença e a ligação ao que lhe é familiar.

Como sabemos o apoio domiciliário efectuado de acordo com as necessidades do idoso e cuidados a prestar ao domicílio – cuidados pessoais, cuidados de saúde, cuidados com problemas comportamentais podem acrescer custos.

Contudo, em termos de qualidade de vida estes serviços contribuem, sem dúvida, para uma velhice acompanhada no seu meio. Estes serviços realizados pelas IPSS são apoiados e incentivados pelo instituto de Segurança Social Portuguesa.

Relativamente à gestão de cuidados, a família, (quando existe), é envolvida. No nosso país ainda não existe muita divulgação sobre a nomeação de um “tutor” que seja definido por um organismo público, com poderes para o fazer, como “alguém de confiança que aceita a responsabilidade de cuidar das necessidades e propriedades de outra pessoa para o benefício dessa pessoa".

Para as instituições este é um assunto crucial na medida em que se prestam serviços a idosos que muitas vezes já se encontram em situações vulneráveis e incapazes de tomada de decisão e sem parentes que se interessem pela pessoa. São, por exemplo, os casos de demência e doença de Alzheimer, entre outras, onde a perda de memória é um processo prevalente.

O que acontece é que algumas pessoas acabam muitas vezes, durante a sua vida, devido à falta de conhecimento, por não refletirem sobre esta temática de alguém (que se importe) ter de assumir essa responsabilidade a respeito das suas finanças, bens e situação de saúde quando chegarem a esta etapa do ciclo vital.  

É de bom-tom como seres civilizados que somos, apesar de parecer um assunto mórbido ou de “mau gosto”, que se deixem preparadas condignamente algumas providências de forma a evitar futuros desentendimentos entre os membros da sua família.


Todas as pessoas independentemente da classe social que pertençam têm a responsabilidade e o direito e dever de organizar a sua vida e partilhar os seus bens.


sábado, 5 de abril de 2014

Quando dizem aos Assistentes Sociais que "A família não quer saber" - Serviço Social

Quando dizem aos Assistentes Sociais que "a família não quer saber" cada um responderá à sua maneira, mas eu respondo: "também não podemos dizer que a família não quer saber". E se me perguntarem porquê eu respondo assim: Como é que sabe que a família não quer saber? 

Quem faz esta observação desconhece que muitas das situações familiares existem devido a problemas que são comuns nas famílias: Problemas de desempenho de tarefas; Problemas de comunicação; Problemas de papeis; Problemas de controlo de comportamento; Mau funcionamento dos subsistemas ou problemas de fronteiras; problemas com os supra sistemas; problemas relacionados com a natureza e características do ambiente social mais alargado que a família faz parte;  falta de injunções directas por parte dos técnicos, entre outros. (abordagem de Philip Barker). 

Assim que o sintoma é identificado (pelo Assistente Social) e após entrevista(s) com os membros da família para que o Assistente Social possa efectuar o diagnóstico e verificar qual o tipo de problema identificado o Assistente Social escolhe o método directo de intervenção. 

Por vezes a entrevista não é fácil de gerir pois, somos confrontados com observações onde tem de se dar uma resposta imediata ao familiar, se não, perde-se o "fio à meada", correndo o risco de deixarmos os familiares ainda mais confusos.

Para além da entrevista, o Assistente Social utiliza métodos directos, que são mesmo isto: directos. O primeiro passo de todos os métodos é o estabelecimento de sintonia com a família. Por isso, é que, nem todas as pessoas conseguem fazer este trabalho, por várias razões que o condicionam: a comunicação, tipo de relacionamento; vivências já vividas no passado; etc. 

No decorrer da entrevista o problema ou problemas que são explicitados são escutados para se arquitectar um plano de acção para ultrapassá-los. Este é um processo demorado que implica tempo, até se encontrarem soluções esperadas pela família, pois a informação não chega toda de uma só vez e todos os pormenores são importantes, uma vez que podem fazer toda a diferença. Esse plano não é feito só pelo Assistente Social, mas gizado em conjunto com a família através de injunções. 

As injunções são uma forma de intervenção directa que o Assistente Social pode usar como método, pois podem fazer mudanças de "primeira ordem" mas não quer dizer que estas sejam suficientes, para determinadas famílias. Por isso é que é preciso utilizar outros tipo de abordagens, muitas vezes indirectas fazendo parte de um plano estratégico. 

Para intervirmos numa família que "não quer saber" temos de saber que: em muitos casos para haver uma mudança e alterações de perspectivas, tem de se fazer uma análise profunda do sistema familiar.

Não são os Assistentes Sociais que vão fazer com que a família queira saber a partir de um determinado momento. O processo de capacitação e externalização de problemas é um processo continuo de intervenção que pode ser repetido imensas vezes até que surjam mudanças. 

A família é que vai ultrapassar os efeitos de insegurança e redefinir os problemas: em vez de estes serem encarados como inerentes a determinados membros da família e a determinadas situações criadas pela pessoa, o problema "torna-se uma entidade separada e externa à pessoa ou relação a que se atribuiu o problema" ou seja "o problema torna-se o problema".

A externalização de problemas é um método que diminui conflitos inúteis entre pessoas e disputas sobre a responsabilidade do problema; diminui o sentimento de fracasso em resposta à persistência do problema e por quem se esforça por o resolver; prepara o caminho para que as pessoas cooperem, unido-se na luta contra o problema e fujam das influências que este possa ter na sua vida e relações; liberta as pessoas para fazerem uma abordagem do problema com menos stress dos "problemas muito graves"; apresenta alternativas de diálogo e não de monólogo sobre o problema. (abordagem de White e Epston).

O rótulo e preconceito "a família não quer saber" depende muito dos nossos valores e da minha visão do mundo. 

Por isto, quem diz que "a família não quer saber" não esta preparado para lidar com a família. Todos os Assistentes Sociais e restantes profissionais que lidam com famílias tem de estar conscientes de quais os valores que trazem e partilharão na situação das famílias que tratam e comunidades onde intervém.


 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Dormir bem



“Se você quer dormir melhor, conte seus benefícios em vez de carneirinhos”

Uma vez, ouvi esta frase. Nunca mais me esqueci dela. Andei algum tempo com ela na cabeça para tentar dar-lhe um significado coerente. Até porque, desde sempre, eu ouvi dizer que quando não conseguimos dormir temos de contar "carneirinhos". Passado algum tempo, eis que se fez luz não é!? 
Enquanto os acéfalos contam o que quiserem eu conto a gratidão, já que, sempre faz melhor à saúde e cai bem ao deitar. Bons Sonhos!